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(11) 9 9849 8596 silvioalvarez@gmail.com

Artista plástico Silvio Alvarez – Collage – Processo Criativo

Conheça o processo criativo de Silvio Alvarez. O artista produz colagens em um processo inteiramente manual.  As imagens são recortadas de revistas, uma a uma, sem que sejam multiplicadas ou ampliadas, para compor um mundo novo, mágico e surreal.

O processo de produção de um quadro dura, em geral, no mínimo 3 meses. A produção do quadro Jardim das Delícias, de 2013, releitura da obra de Hieronymus Bosch, por exemplo, levou 4 anos. Passei 3 anos reunindo imagens de revistas para no ano final completar o trabalho.

Normalmente, a partir de um estímulo de origem variada, incerta e espontânea, o conceito do quadro a ser produzido já vem pronto à minha mente. Primeiramente, em um pequeno caderno, colando recortes, registro as tonalidades desejadas a serem garimpadas nas revistas.

Com os conceitos e tonalidades definidos, inicio a procura de imagens nas revistas. Para agilizar a produção, folheando revistas usadas que me são doadas, busco imagens para 20 a 30 quadros ao mesmo tempo.

Quando encontro algo interessante, arranco a página da revista em questão e separo em pilhas específicas para cada quadro, em minha estante – arquivo. Além da separação por quadro, meu arquivo também contém imagens e texturas que estão presentes em praticamente todos os quadros: céu, gramas e plantas, chão, pedras, mar, letras, textura lisa, flores, textura composta, pessoas, animais, entre outras.

A grande “diversão” começa neste ponto, procurar nas revistas tudo o que preciso para o novo trabalho. Folhear revistas em busca das figuras é a melhor parte, mas é também a mais demorada. Durante o agradável ritual de garimpar imagens nas revistas, a ideia original pode ganhar outro rumo, mas o conceito básico visualizado inicialmente é sempre mantido.

As nuvenzinhas, outro detalhe característico do meu trabalho, também são recortadas uma a uma. Apenas em alguns casos, quando a gramatura do papel permite, recorto duas ou três ao mesmo tempo.

Quando me vejo satisfeito com a quantidade de imagens reunidas para um quadro em questão, inicio o processo de recorte. Recorto imagem por imagem e vou guardando em bandejinhas de isopor, separadas por tamanho ou tonalidade.

Com todo o material necessário reunido, recortado e separado em bandejas de isopor, inicio a colagem, que pode demorar até uma semana. Quase sempre a primeira parte a ser colada é o passe-partout artístico, característico do meu trabalho. Quando o quadro apresenta perspectiva a colagem ocorre de cima para baixo. Quando são tão somente texturas, a colagem ocorre de forma aleatória.

Depois de tudo pronto, vem o acabamento. Primeiro procuro partes que possam estar soltas com um pincel e garanto que esteja tudo bem colado, para depois aplicar 3 camadas de cola branca por sobre o trabalho, com o devido espaçamento de tempo entre uma e outra. Finalmente, aplico o verniz.

Os quadros são produzidos em MDF branco 6mm, sigla do inglês que significa Medium-Density Fiberboard, placa de fibra de madeira de média densidade.

Em geral os meus quadros tratam da relação do homem com o meio ambiente, com as grandes cidades, e, sobretudo, da relação do homem com ele próprio. A partir deste tema básico, a inspiração pode vir das mais variadas fontes.

O quadro Passarinhos, de 2016, foi inspirado na canção de mesmo nome do cantor e compositor Emicida. Assista o clipe da canção Passarinhos https://youtu.be/IJcmLHjjAJ4

Desde o início da minha carreira, associando o meu trabalho de artista plástico à missão de arte educador, busco produzir releituras dos mais variados momentos da História da Arte, oferecendo mais referências para professores e alunos. Como exemplo, a releitura A favela de Magritte, de 2016, releitura da obra de René Magritte: Castelo dos Pirineus.

O Abacaxi, de 2010, fala da urgência de resolvermos os problemas ambientais gerados pelo efeito estufa e o conseqüente aquecimento global.

A invasão dos Pinguins, de 2010, por exemplo, surgiu de uma reportagem de telejornal, que narrava a aventura de um pinguim da Patagônia perdido que veio boiando solitário em seu iceberg até o Rio de Janeiro. Imaginei como seria, com as mudanças climáticas avançando, uma hipotética invasão desses simpáticos bichinhos mundo afora.

A ideia original de A pena e o elefante, de 2012, veio de um sonho. Sonhei que havia ganhado um elefante de presente. No dia seguinte um amigo me ofereceu uma pena que havia achado na rua. Como já havia separado material que remetia ao território lunar para um quadro, somei a ambientação ao conceito geral do trabalho.

Já o quadro Os Cordeiros, de 2012, nasceu da minha eterna indignação com um fato que, a meu ver, é um dos principais males contemporâneos. É o que classifico particularmente como “psiquiatrização da sociedade”.

A produção de Jardim das Delícias, releitura da obra do painel central do tríptico O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch, é um caso à parte. A produção levou 4 anos, incluindo busca de imagens e pesquisa a respeito da obra original e biografia do autor. Leia mais sobre o processo criativo de Jardim das Delícias em meu blog http://silvioalvarez.blogspot.com.br/2014/06/releitura-em-collage-do-painel-central.html

Obra original de Hieronymus Bosch

Todo o processo criativo de produção é também um processo solitário. Procuro proceder a colagem apenas quando me sinto bem, com a energia propícia para a produção. Quando não me sinto com a energia adequada recorro a outras atividades, recortar ou procurar imagens. Até o momento, para a produção – recorte e colagem, conto com o auxílio de apenas um aprendiz, o jovem Leonardo Giovane, de Joanópolis, que aprendeu a técnica em uma de minhas oficinas quando tinha 16 anos e passou a trabalhar em meu ateliê nos meses de julho tão somente, quando está de férias.

Conheça o ateliê de Silvio Alvarez, visitas e oficinas podem ser agendadas pelo e-mail silvioalvarez@uol.com.br ou pelo telefone 11 97119 9050

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